Gostava de poder andar até nunca mais, até perder o céu de vista, até não haver mais chão, descobrir que afinal a terra é mesmo plana e cair no buraco do outro lado do mundo, ver as imagens invertidas da nossa existência, um mundo igual mas ao avesso, ver sem poder tocar ou existir.
Gostava de subir o monte até ao cume, ficar lá até me cansar de estar sozinha, olhar a cidade, as nuvens a mexer de inquietação, pássaros aos pares que poisam no ramo de uma árvore e voam de novo até ao cimo do que podem voar.
Gostava de ser de uma cor translúcida e olhar para além da palma das minhas mãos.
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