A senhora sorridente da agência de viagens que tem o mesmo nome que eu, carregar as malas pela escada abaixo, a via rápida, o porta-bagagens, boa viagem, se precisares de alguma coisa diz, as luzes do aeroporto ao longo da linha do mar, um lugar ao pé da janela, para ver as núvens e o mundo cá de cima, guardo religiosamente o bilhete de embarque como marcador do livro que me preenche o tempo enquanto espero, com o seu primeiro ordenado Fermín Romero de Torres comprou um chapéu cinéfilo, uns sapatos de chuva e empenhou-se em oferecer-nos ao pai e a mim um prato de rabo de touro, que preparavam às segundas-feiras num restaurante a um par de ruas da Praça Monumental, nunca abandonando a atenção de escutar anúncios que uma senhora pronuncia em alta-voz. A porta nove vai abrir, até Lisboa.