É estranho chegar a casa depois de algum tempo de ausência. Fico contente por rever coisas que já não me lembrava de ter. Objectos banais como chávenas assumem-se belos, já não me recordando da sua existência parece que os vejo agora pela primeira vez. Percorro todas as divisões, varrendo as prateleiras com o olhar, abrindo gavetas, sentido o cheiro que a casa tem, porque cada casa tem um cheiro próprio, que se sente mal se entra.
Conduzo pelas ruas como se fosse outro mundo, um país estrangeiro. Oiço a máquina de lavar da vizinha de cima a centrifugar e lá mais longe do ouvido um comboio passa na estação tac tac tac tac tac tac.
Conduzo pelas ruas como se fosse outro mundo, um país estrangeiro. Oiço a máquina de lavar da vizinha de cima a centrifugar e lá mais longe do ouvido um comboio passa na estação tac tac tac tac tac tac.