O homem senta-se com um ângulo de 45 graus entre as pernas, segura um saco de papel com ambas as mãos, olha fixamente a porta que une as duas carruagens. Usa um fato sem gravata, os sapatos têm uma camada de pó sobre o preto. Parece abstracto, de natureza estranha, poderá uma pessoa ser um conjunto de geometrias?
Saio no Campo Grande. Páro num quiosque para beber um café, desde que cheguei a Lisboa ainda não tinha bebido um café. E bebo o café ao balcão, tiro o phone do leitor de mp3 de um dos ouvidos, sendo que cá fora se continua a ouvir [I could wrap you up in cotton wool], a senhora dá-me o troco em moedas pequenas, pede desculpa.
Será que o homem ficou sentado no mesmo banco? Será que ele alguma vez vai sair da carruagem?
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